sábado, 20 de outubro de 2012

TUDO SOBRE A CAFEINA

Metabolismo da cafeína

A cafeína atinge a corrente sanguínea passados 30 a 45 minutos do seu consumo. De seguida, distribui-se pelos líquidos corporais, para depois ser metabolizada e expulsa da pela urina. A média de semi-vida da cafeína no organismo é de 4 horas (as estimativas variam entre 2 a 10h). Durante a gravidez, esta reduz a sua velocidade de metabolização e os seus níveis mantêm-se du
rante mais tempo.

A capacidade da cafeína para potenciar o estado de alerta e a atenção prolongada está muito bem documentada, devendo-se a sua função primária de estimulante do sistema nervoso central, à sua acção como antagonista da adenosina. A adenosina é uma substância química, produzida de modo natural pelo organismo, que actua como mensageiro, regulando a actividade cerebral e modulando o estado de vigília e sono (é um sinal de cansaço). A cafeína bloqueia os receptores de adenosina presentes no tecido nervoso, particularmente no cérebro, mantendo o estado de excitação. Através deste mecanismo, a cafeína melhora a capacidade de se fazer esforço físico e mental, antes do aparecimento da fadiga. O bloqueio dos receptores de adenosina contribuem para a constrição dos vasos sanguíneos, aliviando a pressão das enxaquecas e dores de cabeça, o que explica o facto de muitos analgésicos conterem cafeína1,2.

Sensibilidade à cafeína

A sensibilidade à cafeína varia muito de indivíduo para indivíduo. Investigadores descobriram recentemente um “gene que reduz a velocidade do metabolismo”, sendo que os indivíduos que apresentam este gene eliminam a cafeína mais lentamente. Um estudo recente mostrou que, nos indivíduos com esta característica, o consumo de café está associado ao aumento do risco de enfarte do miocárdio não mortal, sugerindo que a cafeína pode desempenhar um papel nesta associação. Estes dados necessitam de ser confirmados em pesquisas futuras.

As mulheres grávidas, ou as pessoas que sofrem de determinadas condições médicas ou que são sensíveis à cafeína, devem ter cuidado e moderar o consumo deste ingrediente. A maioria da informação epidemiológica disponível indica que um consumo total por dia, inferior a 300 mg, não apresenta qualquer problema. A questão referente a possíveis efeitos na gravidez e no bebé, quando o consumo é superior a estes valores, continua em aberto. Por esta razão, e devido à metabolização ser mais lenta durante a gravidez, recomenda-se uma moderação no consumo desta substância, durante o tempo de gestação, independentemente da sua origem. No caso das crianças, que não consomem café ou chá, os refrigerantes de cola e outros que contenham cafeína devem representar um consumo equivalente a 3,5 mg por kg de peso corporal por dia (por exemplo, 160 mg de cafeína para uma criança de 10 anos, pesando 30 kg). Valores superiores poderão causar mudanças temporárias no comportamento, como um maior estado de alerta, irritabilidade, ansiedade e nervosismo.





Efeitos imediatos da cafeína

Doses entre os 100 e os 600 mg permitem um pensamento mais rápido e mais claro, tal como uma melhor coordenação corporal. O lado negativo da questão é que a cafeína pode causar agitação e uma perda de controlo do motor fino. Quantidades superiores a 2000 mg podem causar insónias, tremores e respiração agitada, no entanto estes sintomas podem ser notados mesmo em dose
s inferiores. Contudo, o consumo habitual pode minimizar muitos destes efeitos, uma vez que as propriedades estimulantes da cafeína afectam menos os consumidores habituais de café, do que os ocasionais.

A cafeína apresenta outros efeitos imediatos: estimula a libertação de cortisol e adrenalina, o que faz com que aumente a pressão arterial e o coração bata mais rápido. Além disto, tem um efeito diurético, relaxa os brônquios, aumenta a produção de ácido gástrico e aumenta a taxa metabólica.

Cafeína e a saúde

A maioria dos estudos que relata a relação da saúde com a cafeína são baseados no café. Isto torna difícil de distinguir os efeitos da cafeína no café e numa bebida em geral.

O consumo moderado de cafeína por dia, até 300 mg, ou seja o equivalente a 3 chávenas de café, geralmente não representa um risco para a saúde, desde que se disponha de alguns hábitos de vida saudáveis (dieta, consumo de álcool, tabaco e exercício).

Doença cardiovascular

Durante décadas, a cafeína tem despertado interesse no estudo das doenças cardiovasculares, pois está relacionada com alterações nos lípidos sanguíneos, pressão arterial, arritmias e outros transtornos das funções cardíacas. Embora o consumo moderado da cafeína não esteja frequentemente relacionada a um aumento do risco de doença cardíaca, sem nenhuma condição médica associada, não se pode excluir totalmente em casos de elevado consumo. Um elevado consumo deste ingrediente alimentar está estritamente vinculado a um excessivo consumo de café, que está muitas vezes associado a outros factores que influenciam o desenvolvimento destas doenças – por exemplo, o tabaco, a inactividade física, o consumo de gorduras saturadas e de álcool.









Nenhum comentário:

Postar um comentário