sábado, 20 de outubro de 2012

Kopi Luwak (ou Civet Coffee)

Considerado o café mais caro do mundo (US$ 600.00 por meio kilo), o Kopi Luwak (ou Civet Coffee) é com certeza também o mais exótico. O café vem normalmente das ilhas do arquipélago da indonésia, e também do vietnam e sul da Índia. Kopi é a
palavra indonésia para café e Luwak é o nome do animal da foto acima, o Asian Palm Civet (Paradoxurus hermaphroditus), uma espécie de gato herbívoro que habita as florestas da dita região asiática. E a conexão entre o ‘gato’ e o café? Resposta: por alguma razão o animalzinho em questão adora banquetear-se com as frutinhas das árvores de café arábica da região, que obviamente por serem sementes, não são digeridas pelo animal. Até aí nada de extraordinário, mas a incrível capacidade humana de criação e aproveitamento das dádivas de Tupã, levou alguns indivíduos a pensar (e de fato) testar a qualidade e sabor do café que uma vez esteve nas entranhas do pseudo-felino comedor de arabica.

Café Kopi Luwak
Pesquisa feita por diversas universidades atesta que o trato digestivo do animal realmente produz significativas mudanças nas sementes que depois de tratadas, higienizadas, e torradas, são vendidas a preço de ouro em sites especializados. Todos os que provaram desta iguaria, confirmam que o sabor é algo inigualável e que deve estar na lista dos que apreciam um bom café







CAFE DIGERIDO PELO JACU

Em Domingos Martins, café feito com sementes ingeridas pelo pássaro jacu é vendido a cerca de R$ 240,00 o quilo

Você já imaginou tomar um cafezinho feito com os grãos tirados das fezes de uma ave? E se esse café custasse algo em torno de R
$240,00 o quilo? Esse café existe. Trata-se do Jacu Bird Coffee, ou Café do Jacu, que é produzido na fazenda Camocim, em Pedra Azul, Domingos Martins.

Parece estranho, mas esse café exótico é um dos mais caros do mundo e o mais caro do Estado. Para se ter uma ideia, a maior parte da produção é vendida para as melhores cafeterias de Tóquio, Londres, Los Angeles e São Francisco.No Espírito Santo, apenas a Casa do Porto, em Vitória, a Estalagem Petra e o restaurante Don Lorenzoni, em Pedra Azul, comercializam o Café do Jacu.

O motivo de ser tão caro, e raro, é porque passa por um processo diferente dos tradicionais. Os grãos do Jacu Bird são colhidos das fezes de uma ave chamada jacu, que come os melhores frutos do cafeeiro, aqueles sem defeito e completamente maduros.

Considerado uma ameaça para o lucro dos cafeicultores, pois em certos cafezais comiam até 10% da produção, o jacu passou de vilão a grande colaborador do cafeicultor e empresário Henrique Sloper, proprietário da Fazenda Camocim, em Domingos Martins.

Após saber que o café mais caro do mundo – o Kopi Luwak –, da Indonésia, é produzido a partir dos grãos encontrados nas fezes do civeta, um tipo de gato selvagem, Sloper resolveu fazer a experiência com os grãos encontrados nas fezes dos jacus que devoravam a produção de arábica em sua propriedade.

E o resultado o deixou animado. Além de ser um produto exótico, o sabor do café surpreendeu até os melhores especialistas em degustação do País. A provadora e consultora de café de São Paulo Eliana Relvas provou o Café do Jacu e afirmou que vale a pena.

"O sabor desse café é equilibrado e muito bom. Fica um gosto bom na boca. O mais diferenciado é que se trata de um produto exótico", disse Eliana.

A primeira produção do Café do Jacu ocorreu em 2006, com poucos quilos. Em 2008, atingiu cerca de 150 quilos. Agora, toda a produção é exportada. O preço? Quem dá é o produtor, que só vende quando encontra alguém que pague o valor que ele quer.

"Por ser um produto exótico e o único no mundo, só vendo quando o meu comprador paga o valor que eu estipulo. Essa é uma prova de que a natureza e o homem podem viver em harmonia, pois sem o jacu esse café seria como um outro qualquer", disse Sloper.







DA COLHEITA AO PONTO DE TORRA

O fruto do café dá em cachos agregados aos galhos e na medida em que vai amadurecendo, sua cor muda até adquirir um vermelho ou amarelo intenso, dependendo da variedade. O café de alta qualidade apenas é colhido no ponto certo de amadurecimento, no tamanho ideal, sem contato com o solo. 

Como um bom vinho, um bom queijo, o café é submetido a formas de classific
ação. Assim, obedece a rígidos critérios, sendo analisado por Tipo, em que se avaliam os defeitos dos grãos e por Bebida, que leva em conta a qualidade do café. A classificação por Bebida é mais complexa, caracterizando-se pelos seguintes padrões:
• Mole: sabor agradável, doce e ácido.
• Dura: gosto amargo, dando a sensação de secura na boca.
• Riada: gosto ligeiramente químico, com sabor típico do iodofórmico.
• Rio: sabor inferior, com excessivo gosto químico.
Definidas as características do café, segue-se com a elaboração do "blend" ou mistura. Semelhante aos whiskies e aos vinhos, o café passa por esse processo visando apurar as características de paladar da bebida final. São verdadeiras fórmulas, guardadas como segredos industriais, uma vez que a conquista da fidelidade do consumidor se dá, principalmente, pelo sabor de determinada bebida.
Após essas etapas, vem a definição do ponto de torra, de fundamental importância para se obter uma bebida saborosa. Um grau de torra mais claro, indicado para espresso, dá suavidade de aroma e sabor menos amargo, ao passo que a torração mais escura acentua esse sabor amargo, com menos acidez.

CAFE E O CANCER

Tomar café pode reduzir risco de tipo comum de câncer de pele, diz estudo
Pesquisadores acompanharam 112 mil pessoas em 20 anos nos EUA.
Cafeína também poderia ter ação contra diabetes tipo 2 e Parkinson.
Dois estudos feitos durante 20 anos por cientistas da Universidade de Harvard, nos EUA, revelam que o consumo regular de café pode diminuir os riscos de um tipo comum de câncer de pele entre os a
mericanos, chamado carcinoma basocelular.

Os resultados desses levantamentos com mais de 112 mil pessoas estão publicados na revista "Cancer Research", da Associação Americana para Pesquisa do Câncer. E o café teria, ainda, efeitos positivos contra a diabetes tipo 2 e o Parkinson.
Os pesquisadores identificaram que os voluntários que bebiam uma média de três xícaras de café por dia tinham uma menor tendência à doença. Em mulheres, a incidência caiu 28% e em homens, 10%. Ao todo, 22.786 pessoas desenvolveram carcinoma basocelular em duas décadas.
Estudo acompanhou mais de 112 mil pessoas ao longo de 20 anos nos EUA (Foto: Reprodução/EPTV)
O consumo de café descafeinado, porém, não apresentou as mesmas vantagens, razão pela qual os médicos concluíram que a cafeína é provavelmente a responsável pela proteção contra o câncer de pele. Nesse caso, alguns chás, chocolate e refrigerantes à base de cola também poderiam trazer benefícios.
O carcinoma basocelular tem crescimento lento e é um sério problema para o sistema de saúde americano. Nas outras formas de tumor de pele, como o carcinoma de células escamosas (espinocelular) e o melanoma – forma mais letal –, não foram encontradas associações com o consumo de café. Nos estudos, foram registrados 1.953 casos de carcinoma de células escamosas e 741 de melanoma.
Segundo o professor Jiali Han, que participou do trabalho, aumentar a ingestão diária de café baseando-se apenas nesses dados, porém, pode não ser a solução. Mas ele também acredita que fazer pequenas mudanças na dieta pode ter um impacto positivo sobre a saúde pública.
O pesquisador ressalta que mais estudos em animais e em diferentes grupos populacionais precisam ser feitos para que esse mecanimo de ação do café sobre a formação do carcinoma fique mais claro.
E o acompanhamento de Harvard vai continuar. De acordo com Han, o número de casos deve aumentar ao longo do tempo. Em dez anos, o pesquisador prevê que os resultados sejam ainda mais satisfatórios.

QUALIDADE DO CAFE

Existem várias espécies de café, sendo as mais conhecidas no mundo as espécies Coffea Arábica (café arábica) e Coffea Canephora (café robusta ou conilon).
Na cadeia produtiva do café no Brasil a grande oferta do produto nos mercados nacional e internacional faz com que o setor se profissionalize, produza e comercialize, cada vez mais, com eficácia e qualidade. O consumidor, perce
bendo a grande diferença
entre as diversas qualidades do produto, passa a valorizar, junto com o espresso, também o torrado e moído de melhor sabor, aroma fragrância e pureza. A distinção entre os produtos faz-se por suas características de pureza, sabor, corpo, demandando matérias-primas diferenciadas para a fabricação de espresso, cafés especiais e gourmet. Nisso, as vantagens naturais do Brasil para o cultivo do café, como solo e clima, além de tecnologia, colocam o Brasil como o mais capaz de fornecer ao mundo todos os tipos de cafés demandados pelos mais diversos e exigentes mercados.
Embora a prova final seja feita pelo paladar do consumidor, a preocupação com a qualidade do café começa no campo.
O primeiro fator que deve ser levado em consideração para definir a qualidade do café é a sua espécie, já que existem diferenças entre as espécies arábica e robusta. O arábica é um café mais fino, que apresenta uma bebida de qualidade superior, com o maior aroma e sabor. Mesmo assim, existem variações de aromas e sabores dentro dessa espécie. E o robusta utilizado nos blends, com o arábica, com a finalidade de conferir mais corpo a bebida e diminuir a acidez do arábica. Serve também para oferecer um produto de menor custo e ajustar a bebida à preferência ou ao costume de determinada classe de consumidores.
Outro fator determinante da qualidade do café é o ambiente onde ele está sendo cultivado, já que a diversidade climática proporciona variações quanto à acidez, corpo, doçura e aroma do café. E o Brasil possui uma diversidade muito grande de cafés, quanto à qualidade da bebida em decorrência de sua imensa variedade de solos e climas associados a diferentes sistemas de manejo da lavoura e do fruto colhido.
Na produção cafeeira, os cuidados iniciam-se com a escolha do local de plantio (altitude, tipo de solo, vertente de insolação), o espaçamento entre as plantas, os cuidados com adubações, o controle de doenças e pragas.
Finalizando o processo, vêm as decisivas fases de colheita, secagem e processamento, quando se deve ter muito cuidado para que não se perca tudo o que foi conquistado em cada ano de cultivo.
Na colheita, os frutos devem estar em seu ponto máximo de maturação, e ser colhidos sem que entrem em contato com a terra, para que não se contaminem com microorganismos. Após a colheita, devem passar pela pré-limpeza, retirando as impurezas vindas do campo (folhas, torrões e paus), e lavados o mais rápido possível, para retirar poeira e separar os frutos com diferentes fases de maturação (cereja, verde e seco).
Depois de lavado, o café é secado no terreiro (ao sol) ou em secadores mecânicos. Após secagem completa, o café passará pelo beneficiamneto (retirada da casca) e pelo rebeneficiamento, onde serão retirados grãos verdes, pretos, defeituosos, ardidos, brocados, ficando pronto para o comércio e a industrialização.
A torra e o grau de moagem são fundamentais para a definição do tipo de bebida. O ponto de torra ideal, que revela todo o sabor e aroma tem a cor de chocolate. Já a moagem define a forma de preparo do café, por exemplo, moagem fina é usada para o preparo de café turco e moagem grossa para cafeteiras italianas.
Todo o trabalho alcançado até a fase de industrialização pode ser perdido e não se conseguir um bom café se o consumidor não tomar alguns cuidados como:
Preparar sempre a quantidade exata do café para consumo imediato, pois ele perde suas características depois de uma hora de coado;
Usar sempre água filtrada, de preferência água mineral, por não conter cloro;
Lavar o coador somente com água, nunca com sabão, alvejantes ou com o pó que sobrou no coador;
Não adoçar o café durante o preparo;
Manter o pó sempre em local fresco e em recipiente fechado;
A água para o preparo deve estar numa temperatura entre 90ºC e 100ºC; portanto, ela deve ser retirada do fogo logo que se inicia a fervura;
Deve-se passar pelo pó somente água quente e jamais bebida preparada anteriormente.

TIPOS DE PREPARO

A adição de água quente ao café torrado e moído, produzindo então a bebida café, 
é um processo chamado de infusão, e pode ocorrer por filtragem, percolação, 
prensagem ou pressão, sendo que cada um destes produz tipos de bebidas distintas.

Filtragem: 
O pó é acondicionado em um filtro, de papel ou de pano, com adição de água quente não fervente por cima.
Este método é muito 
utilizado na cultura brasileira de preparo, através de coadores caseiros e cafeteiras elétricas, dando origem ao tradicional cafezinho.


Percolação:
Método onde se coloca o pó de café no centro de um equipamento moka, que posicionado em um fogão faz a água entrar em ebulição e pressionar café líquido para um recipiente.
É a forma mais utilizada para consumo de café na Europa.


Prensagem:
em um recipiente de vidro se coloca o pó de café misturado com água quente não fervente e em seguida introduz-se um filtro que é pressionado por um êmbolo que separa o pó do café já pronto para consumo.
O método, que virou moda entre os norte-americanos, é conhecido como Prensa Francesa.


Pressão:
conhecido como café expresso, neste preparo o café é moído na hora e acondicionado em um filtro que sofre uma pressão de água a 90oC e 9Kg de pressão durante 30 segundos em média, gerando uma bebida cremosa e aromática. Criado pelos franceses, o café expresso é considerado o método mais apropriado para apreciação de todas as nuances desta bebida.

CAFE EXPRESSO

O Café Expresso
Expresso é o café exclusivo, preparado sob pressão, em doses individuais para ser saboreado no exato momento da extração. É um café resultante da combinação dos mais intensos aromas e sabores.
Para prepará-lo é melhor utilizar grãos frescos, de alta qualidade, com aroma e sabor intensos, moídos adequadamente e comprimidos de forma correta onde
 a água passa sob pressão.

As máquinas devem permitir a operação com pressão de 9 atmosferas (atm) e temperatura de 90º C, num tempo que varia de 25 a 30 segundos. Estas são condições ideais para a obtenção de um café expresso excelente.
O café expresso é concentrado – 7 gramas de pó para até 50ml de água – de aroma e sabor intensos com um bom corpo e persistência no paladar, coberto por um denso creme cor de avelã (marrom claro) em toda superfície da xícara, cuja espessura deve estar entre 3mm e 4mm.
O Creme do Café
Expresso A espessa e rica camada de creme serve para manutenção da temperatura e preservação do aroma do expresso antes de ser consumido. Nestas condições, o expresso retém uma porção de açúcar durante alguns segundos.
O creme (e não a espuma, que se desfaz rapidamente) permanece na xícara por um longo período. Ele marca e adere à parede da xícara.
O creme espesso e duradouro é o sinal mais importante de que o expresso foi bem tirado. O preparador deve estar sempre atento. Se o creme não se formou é porque a moagem está grossa, o tempo de extração foi curto e o café não foi bem tirado (ficará muito fraco).
O expresso bem tirado tem creme espesso, com cor homogênea e retém uma porção de açúcar (teste do açúcar) durante alguns segundos.
Dicas de preparo
O café expresso deve ser preparado de preferência com grãos recém torrados. Moa o café um pouco antes da preparação.
A torra do expresso é mais clara (média para clara). Assim os óleos aromáticos são preservados. Grãos muito torrados tornam-se oleosos, perdendo aroma e sabor e deixando o expresso mais amargo.
A primeira providência para o expresso perfeito é encontrar a moagem ideal do pó. A moagem aconselhada é a média. Se ela for muito grossa, a água passa mais rápido pelo filtro e a bebida fica fraca, sem a formação do creme. Se for muito fina, a água demora mais a sair, deixando a bebida amarga e manchas brancas no creme. Além disso o pó deve ser comprimido adequadamente.
Números para o preparo correto de um café expresso:
50 ml de água (expresso normal); 30 ml de água (curto)
7 gramas de café
90oC de temperatura para a água
9 bar de pressão no mínimo para a máquina do café expresso
30 segundos de tempo para de infusão da bebida
O creme deve ser consistente – ao consumir a bebida o creme fica grudado na parede da xícara. A sua cor deve ser bege escura.
O creme serve para manter a temperatura da bebida e preservar seu aroma. Mesmo que a pessoa não adicione açúcar ou adoçante, o café deve ser mexido para que seus aromas possam ser sentidos.